Historial

A Tecsam – Tecnologia e Serviços Médicos SA, é uma empresa que começou a sua actividade de prestação de cuidados médicos a doentes insuficientes renais em tratamento de hemodiálise ao assumir a responsabilidade pela direção técnica do Centro de Hemodiálise da Clínica Central do Bonfim no Porto. Posteriormente, responsabilizou-se pela montagem, abertura e actividade inicial, durante cerca de três anos de uma Unidade em Gondomar e pertencente àquela Clínica.

Em Outubro de 1994, mantendo aquela responsabilidade, adquiriu instalações no rés-do-chão direito do Edifício Panorama, situado na Avenida Nossa Senhora do Amparo, em Mirandela, e iniciou obras de transformação na que é hoje a actual sede da empresa.

A 16 de Janeiro de 1995 iniciou a sua actividade clínica em Trás-os-Montes, responsabilizando-se por fazer o tratamento de diálise a cerca de 30 doentes transferidos do Hospital Distrital de Bragança (que na altura estava superlotado) e a outros insuficientes renais deslocados e tratados no Porto, chegando alguns deles a fazer 1500 km por semana.

A abertura desta Unidade, por autorização concedida, “a título excepcional” pelo então Senhor Ministro da Saúde Exmº Sr. Dr. Paulo Mendo, veio colmatar este défice de oferta para tratamento de hemodiálise na Região Transmontana.

Sendo Mirandela uma cidade com grande centralidade nesta Região, a nossa Unidade tem acolhido, ao longo destes anos, várias dezenas de doentes insuficientes renais, mantendo elevados padrões de qualidade, muito reconhecidos por aqueles que temos cuidado, incluindo doentes de outras zonas do País, emigrantes em tratamento hemodialítico (alguns deles regressados definitivamente, face ao modo como foram tratados), e doentes de outros países que nos visitaram.

Alguns Colegas da Especialidade têm visitado a nossa Unidade e mostraram o seu apreço pelo modo como trabalhamos.

Dada a escassez de vagas, tivemos de ampliar as instalações, passando a ocupar todo o rés-do-chão do referido edifício, adquirindo o espaço deixado vago por uma Companhia de Seguros aí sedeada e que se transferiu para o centro da cidade. Foram feitas obras de transformação e criados mais postos de diálise, aumentando-se a capacidade para mais 72 doentes.

Posteriormente, construímos uma Unidade de raiz – Centro de Reabilitação Renal Dr. Paulo Mendo – em Lordelo, Vila Real, em terreno comprado à Santa da Misericórdia daquela cidade, e transferimos da Unidade de Mirandela mais de 30 doentes para podermos dar resposta às necessidades de tratamento de doentes solicitadas pelas Sub-Regiões de Saúde de Vila Real e Bragança, criando então vagas para esse efeito.

Com o intuito de nos aproximarmos da residência dos doentes, foi concluída uma nova Unidade em Mogadouro, e transferidos da nossa Unidade de Mirandela os daquela Cidade, como também os de Freixo-de-Espada-à-Cinta e zonas vizinhas.

Também foram transferidos alguns dos doentes tratados no Hospital de Bragança, residentes em Vimioso, Algoso, Miranda do Douro e no restante Planalto Mirandês, evitando deslocações tão longas, que eram penosas para os doentes e onerosas em pagamento de transportes para o Estado. A superlotação daquela Unidade Hospitalar e da pequena disponibilidade de vagas da Unidade de Mirandela ficaram, assim, resolvidas.

Em 2007, iniciámos a construção duma nova Unidade na Cidade de Mirandela – o Centro Renal -, presentemente concluída e com autorização de funcionamento emitida pela Administração Regional de Saúde do Norte. O investimento realizado até à data foi de cerca de sete milhões de euros.

É um edifício com 90 metros de comprimento, cave, rés-do-chão e primeiro andar ocupando toda a extensão, e uma torre com mais três andares. O edifício é encimado por terraços sobre o primeiro andar e a torre.

A cave é composta por salas de tratamento de águas e de fabrico de concentrados, armazéns, bloco operatório, e salas de fisioterapia destinadas à reabilitação dos doentes em diálise e em regime de ambulatório, ou da Unidade de Cuidados Continuados.

O bloco operatório está vocacionado para a construção de acessos vasculares para doentes em diálise, evitando que estes se desloquem ao Porto e minorando os riscos de trombose de acesso, tantas vezes ocorridas por hipotensão durante o transporte.

O rés-do-chão é composto por três salas de hemodiálise, três gabinetes, ginásio, sala de reuniões, farmácia, gabinete técnico e capela. Todas as salas têm luz natural e possibilitam uma visão paisagística muito agradável, são extremamente acolhedoras, e a sua função é obviar o incómodo resultante da demora dos tratamentos (a maioria, de 4 horas de duração).

O ginásio, equipado com 6 tapetes (com mais 2 na cave, numa das salas de fisioterapia) e 3 bicicletas, destina-se à reabilitação motora dos doentes, dada a tendência quase generalizada dos doentes mais velhos para o sedentarismo. O exercício, conforme diversos estudos revelam, tem importância fundamental na melhoria do apetite; no combate à depressão psíquica; o estado inflamatório a que estão predispostos devido ao contacto do sangue durante muito tempo com superfícies estranhas, melhora imenso devido ao trabalho muscular, etc.

A capela é um espaço de recolhimento e de oração que muitos doentes solicitaram e que, também por convicção da direcção técnica, foi construída.

No primeiro piso existem 10 quartos com 2 camas e três de 1 cama, completando 23. Destina-se a uma Unidade de Cuidados Continuados para doentes em tratamento dialítico. Foi construída pelo fato de vários doentes terem sofrido danos (alguns mortais), por ausência de cuidados especializados nas Unidades que os trataram.

Temos já 8 técnicos de acção médica, formados durante ano e meio, a aguardar a sua abertura. A sua abertura implica a criação de cerca de 20 novos postos de trabalho, porque, além dos técnicos, serão admitidos enfermeiros, técnicos de fisioterapia, auxiliares de limpeza e pessoal administrativo.

Finalmente, temos em mente construir casas para turismo de diálise, destinadas a doentes deste foro, residentes no nosso País ou no estrangeiro. Há espaços disponibilizados pelas Câmaras de Mirandela e Mogadouro, e esta Empresa pretende igualmente contribuir para o desenvolvimento turístico da Região de Trás-Os-Montes e Alto Douro, que tem panoramas ímpares no seu extenso leque paisagístico, oferecido pelas suas inúmeras montanhas, serras e vales, sendo muitos deles fluviais.